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Biológico, porquê?

Respeitando o ritmo da natureza e sem o uso de qualquer resíduo químico é criado um equilíbrio ecológico que permite obter alimentos mais saborosos e nutritivos sem a contaminação de solos e águas.

O princípio

A agricultura e a produção animal biológica são definidas como métodos de produção sustentáveis de alimentos, fibras têxteis e animais sem recurso a adubos químicos, pesticidas, organismos geneticamente modificados (OGM), hormonas e antibióticos. Este tipo de agricultura/ produção promove a fertilidade e biodiversidade dos solos e o respeito pelo bem-estar animal.[1][2]

A sustentabilidade parte do uso de métodos preventivos e culturais como, rotação de culturas, o uso de fertilização natural, compostagem, entre outros. Respeitando o ritmo da natureza e sem o uso de qualquer resíduo químico é criado um equilíbrio ecológico que permite obter alimentos mais saborosos e nutritivos sem a contaminação de solos e águas.[1][2]

“Natural”, “Saudável” vs Biológico

Actualmente é fácil encontrar produtos com etiquetas bem apelativas a dizer “100% natural”, “Sem conservantes”, “Saudável”, “Directamente da natureza” – mas afinal o que reconhece um produto biológico certificado?

Dentro da União Europeia, países como Espanha e Dinamarca usam a terminologia “ecológico”, enquanto os restantes países usam a designação de orgânico ou biológico mas seja qual for a designação, a regulamentação europeia vigente para o sector da agricultura biológica prevê que os produtos biológicos certificados usem um logótipo que permite a identificação imediata destes produtos.[3]

Para usar este logótipo o produto tem de obedecer aos seguintes critérios: pelo menos 95% de ingredientes orgânicos e os restantes 5% respeitem condições mais rigorosas; o mesmo ingrediente não pode estar presente na forma orgânica e não orgânica; o logótipo não aparece sozinho – ao seu lado deve ser exibido um número de código do controlo da certificadora responsável pelo controlo do produto, bem como o local onde as matérias-primas agrícolas que compõem o produto foram cultivadas.[4]

Logótipo de produção biológica da União Europeia.

e ainda os benefícios associados ao seu consumo…

  • Maior valor nutricional – os alimentos provenientes de Agricultura Biológica são associados a uma maior qualidade nutricional, por apresentarem maiores teores de matéria seca, vitaminas, sais minerais, antioxidantes e gorduras poli-insaturadas. [5][6]
  • Sabor e aparência autênticos – o menor teor em água, pelo não uso de adubação à base de azoto, resultam numa maior concentração de matéria seca e consequentemente no aumento de sabor. O menor teor de água contribui também no caso dos vegetais, para uma menor perecibilidade. [6]
  • Promoção da saúde – por não usarem adubos químicos, nem pesticidas de síntese. cada vez mais estudos toxicológicos reconhecem a relação existente entre os pesticidas e certas patologias como o cancro, doenças neuro-degenerativas, infertilidade, doenças respiratórias como, asma, entre outras. [7]
  • Melhor qualidade da Água e Fertilidade dos Solos – ao usar apenas adubos naturais de baixa solubilidade, e empregues nas quantidades exactas, é diminuída a contaminação das águas subterrâneas e solos, consequentemente é preservada a qualidade das nossas águas e permitida a manutenção da fertilidade e capacidade produtiva dos solos.
  • Fomento da Biodiversidade – todas as práticas da agricultura biológica visam o respeito pela natureza e pelo seu equilíbrio, pela diversidade das sementes e das variedades locais.
  • Controlo rigoroso das práticas (Certificação) –  quem pratica agricultura biológica certificada está sujeito a uma série de normas rigorosas segundo a legislação europeia, que são verificadas regularmente por organismos de controlo e certificação.
  • Criação de emprego e Dignidade do Agricultor – uma agricultura que se faz ao ritmo da natureza necessita de maior mão-de-obra. O agricultor  biológico para além de promover a sua saúde por não se expor a tóxicos têm aqui um papel de guardião dos ecossistemas e da sua biodiversidade. 
  • Educação Ambiental e Futuro Sustentável A agricultura biológica pode funcionar como um “modelo de desenvolvimento sustentável do planeta para as futuras gerações” através da combinação de métodos tradicionais com soluções inovadoras é evitado o uso de substância poluentes. [5]

Crédito Fotografia: Daniel Xavier @clicks.by.x

Bibliografia:
[1] – Fernandes, P. S. (Novembro/Dezembro de 2016). Produtos biológicos conquistam portugueses. Alimentar, p. 8.
[2] – Rodet, J.-C. (2011). Agrobio – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica. Obtido em 02 de Março de 2018, de http://www.agrobio.pt/pt/o-que-e-a-agricultura-biologica.T136.php
[3] – European Commission. (2018). “EUR-Lex” [Online]. Available: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=celex%3A32007R0834
[4] – European Comission. (2018).“Food, Farming, Fisheries”. [Online]. Available: https://ec.europa.eu/info/food-farming-fisheries/farming/organic-farming/organics-glance/organic-logo#when-to-use-the-organic-logo.
[5] – Rodet, J.-C. (2011). Agrobio – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica . [Online]. Available: https://agrobio.pt/agricultura-biologica/vantagens/
[6] – Lairon, D. (2011). Nutritional quality and safety of organic food. A review. Médecine & Nutrition , vol. 47(No. 1), 19-31.
[7] – Sara Mostafalou, M. A. (2013). Pesticides and human chronic diseases: Evidences, mechanisms, and perspectives. Toxicology and Applied Pharmacology (268), 157–177.
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