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Eficiência Energética na Cozinha

Utilizar métodos de confeção ou equipamentos de cozinha com maior eficiência energética (EE) pode reduzir o custo energético e monetário. EE é a relação entre o gasto energético de determinado equipamento e o seu desempenho. Pode-se avaliá-la pela sua classe.

EE é a relação entre o gasto energético de determinado equipamento e o seu desempenho. Pode-se avaliá-la pela sua classe.

Utilizar métodos de confeção ou equipamentos de cozinha com maior eficiência energética (EE) pode reduzir o custo energético e monetário.

EE é a relação entre o gasto energético de determinado equipamento e o seu desempenho. Pode-se avaliá-la pela sua classe. As classes são indicadas por um código de cores e letras que, dependendo do produto, varia entre A e o D ou G. Em 2021 surgiu uma atualização da etiqueta que veio substituir as antigas etiquetas com os “A+”, “A++” e “A+++”. Em qualquer um dos casos, as classes a verde, normalmente, são as mais eficientes.

Para confecionar os alimentos de forma mais ecológica deves ter em atenção que o micro-ondas é o equipamento mais eficiente em termos energéticos, seguindo-se o fogão de indução, o fogão tradicional e, por fim o forno.

Recomendamos que aí em casa adotem estes pequenos hábitos para uma confeção mais ecológica:

  1.  Ferve a água num jarro elétrico em vez de usar o fogão. O tempo e a energia necessária para aquecer a água vão ser muito menores.
  2. Utiliza panelas de pressão. Permitem cozinhar mais rapidamente e poupar energia.
  3. Mantém a panela tapada enquanto cozinha e desliga o fogão pouco tempo antes do final da cozedura. O calor da panela vai permitir manter a comida a cozinhar, sobretudo se utilizares panelas de ferro fundido já que esta mantém o calor durante mais tempo.
  4. Utiliza uma panela do tamanho adequado à quantidade de alimentos a cozinhar e coloca-a numa boca/chapa mais apropriada ao seu tamanho. Vamos reduzir ao máximo a dissipação de energia!
  5. Evita o uso de forno. Quando o utilizares, pré aquece-o apenas o tempo necessário e evita abrir enquanto está a cozinhar. Podes ainda aproveitar para fazer várias receitas ao mesmo tempo.
  6. Utiliza o micro-ondas sempre que possível.

Apesar de haver alguns mitos e medos associados ao uso de micro-ondas, este é um equipamento seguro. De qualquer das formas, devemos ter alguns cuidados na sua utilização:

  • Estes eletrodomésticos podem não cozinhar os alimentos de forma uniforme, levando a que algumas zonas mais interiores dos alimentos permaneçam encruadas. Procura colocar o alimento não centrado no prato e assegura-te que este foi totalmente cozinhado!
  •  Outra preocupação na utilização deste equipamento prende-se com os recipientes a utilizar. As embalagens de plástico podem libertar químicos tóxicos durante o aquecimento. Observa-se os símbolos que estão gravadas nas embalagens. Qualquer recipiente que contenha um dos seguintes símbolos apresentados na figura abaixo pode ser utilizado no micro-ondas.
eficiência energética cozinha
Símbolos que permitem utilização de recipientes no micro-ondas.

 

Se tens curiosidade em perceber melhor o funcionamento do micro-ondas, visualiza este vídeo.

E tu, que hábitos de poupança de energia tens em casa?

Margarida Taipa – nutricionista (C.P. 4841N)

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Dieta Mediterrânica: saudável e sustentável

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A título individual, para além de adotar padrões alimentares com baixo impacte ambiental, importa pensar como escolhemos os alimentos, como os confecionamos, como os consumimos e, posteriormente os descartamos. 

 

A alimentação é uma das atividades humanas com maior impacte ambiental. Todas as etapas do ciclo de vida do alimento, desde a produção ao seu consumo e descarte têm o seu contributo e, por isso, é importante refletir e alterar práticas em todas estas etapas. É certo que a indústria e as entidades políticas têm um papel essencial nesta mudança de paradigma, porém, tal não descarta a responsabilidade de cada indivíduo. 

A título individual, para além de adotar padrões alimentares com baixo impacte ambiental, importa pensar como escolhemos os alimentos, como os confecionamos, como os consumimos e, posteriormente os descartamos. 

Comecemos por compreender o que é um padrão alimentar sustentável. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é um padrão alimentar que:

  • Apresenta baixo impacte ambiental;
  • Contribui para a segurança alimentar e nutricional das gerações atuais e futuras, ou seja, garante a disponibilidade de alimentos nutritivos para todos; 
  • Contribui para a proteção e respeito pela biodiversidade;
  • É culturalmente aceitável;
  • É economicamente justo e acessível;
  • É saudável e seguro do ponto de vista nutricional;
  • Permite uma otimização dos recursos naturais e humanos.

Um dos exemplos de padrão alimentar que tem sido associado a estas características, é o padrão alimentar mediterrânico. Baseia-se no consumo predominante de produtos de origem vegetal, que requerem menos recursos para a sua produção; são exemplo: os hortícolas, as frutas, as leguminosas, os cereais, os frutos oleaginosos e o azeite. Este padrão inclui também um baixo consumo de carne vermelha, baixo a moderado consumo de peixes e aves e consumo moderado, mas constante de laticínios. Para aqueles que consomem produtos de origem animal, ao respeitarem as porções recomendadas na roda dos alimentos, já estarão a reduzir em grande parte as emissões de gases com efeitos de estufa. Poderão consultar as porções recomendadas aqui.

Ao analisar a roda dos alimentos podemos ainda comprovar que é desincentivado  o consumo de alimentos altamente processados com elevados teores de sal, açúcar ou gordura adicionados, que prejudicam a saúde humana e exigem mais recursos ao planeta.

Mas a dieta mediterrânica (DM) é muito mais que um padrão alimentar, é um estilo de vida!  Distingue-se pelo conjunto de conhecimentos e costumes que representa, com destaque para o convívio à mesa, os horários regulares das refeições, a hospitalidade, as competências culinárias tradicionalmente transmitidas entre gerações, a versatilidade culinária e a diversidade à mesa, sem descurar o prazer e a satisfação. Estas e outras características como a criação agropecuária doméstica ou a proximidade com os produtores locais, que privilegiam o consumo de produtos frescos e sazonais, contribuem para os efeitos protetores desta dieta na saúde do Homem e do planeta. 

Por fim, há que destacar um característica diferenciadora desta dieta: o principio da frugalidade (moderação) e cozinha simples que tem na sua base preparados que protegem os nutrientes, como as sopas, os cozidos, os ensopados e as caldeiradas.

Atualmente, a alimentação ocidental apesar de manter alguns princípios da DM, como por exemplo a utilização preferencial de azeite, ou o consumo laticínios fermentados e hortofrutícolas, têm vindo a afastar-se daquela que é a nossa herança gastronómica e cultural. A menor disponibilidade de tempo para cozinhar, nomeadamente em família, o aumento do consumo produtos ultra processados e a globalização são alguns dos fatores que contribuem para que a alimentação se baseie cada vez mais em desembalar e menos em descascar, com todas as consequências ambientais que tal acarreta.

Aqueles que, por razões diversas, excluem os produtos de origem animal da alimentação devem igualmente preferir produtos frescos, locais e da época, optar por produtos minimamente processados, e o mais nutritivos possível. As leguminosas são exemplo de um excelente alimento a nível nutricional e ambiental. 

O importante não é ter o padrão alimentar perfeito mas sim, conseguir ainda que de forma imperfeita, trazer mais consciência para as nossas escolhas alimentares e adquirir hábitos simples que nos ajudam a mitigar o nosso impacte ambiental. 

Margarida Taipa – nutricionista (C.P. 4841N)